Atualmente, fala-se muito em chakras, corpos, sistema bioenergético. Mas afinal, qual é a origem dos Chakras? Quando começaram os registros sobre o sistema energético?
Nest post, estão algumas literaturas que citaram este sistema, sendo que um dos primeiro relatos é hindu, relacionado à medicina ayurveda, com data de cerca de 10.000 anos. Como os estudos holísticos foram passados de pessoa para pessoa, e contou com a interpretação de sensitivos, pode haver variação de informações de uma literatura para outra, sendo o sistema com seus respectivos 7 chakras, corpos e cores, o mais aceito e utilizado atualmente.
São várias as escolas de pensamento que tratam da localização dos chakras. Em geral, os quatro ou cinco chakras básicos aparecem constantemente nos mesmos lugares. Neste texto, também temos alguns fatos que colaboraram tanto para que as práticas naturais fossem vistas como algo associado ao demônio, durante a inquisição, quanto a forma como retornaram posteriormente à tona.Embora as práticas naturais fossem muito difundidas na cultura oriental, até 400 a.C, toda doença era vista como um castigo divino para o mundo ocidental. Para cada doença havia um ritual mágico ou religioso, e os médicos eram sacerdotes, que pregavam medo e culpa aos indivíduos.
Hipócrates de Kos (460-370 a.c.): fislósofo e médico, foi o primeiro a romper com essas ideiasquando começou a divulgar sobre o potencial de cura da própria natureza no corpo humano. Fez uma relação entre a personalidade e a contração de doenças, além de explicar sobre a influência de idade, alimentação, clima e convívio social. Associava a doença a uma desarmonia pessoal com o corpo físico ou com o meio ambiente. Olhava o ser de forma holística, tratando mente, corpo e espírito, atuando das cuasas das doenças.
Upanishades hindus: usam a palavra em sânscrito chakra para ilustrar rodas de energia em torno do corpo, cerca de 200 a.C. O Brahma- Upanishade refere-se aos chakras do umbigo, coração, garganta e cabeça como os quatro purushas (lugares ocupados pela alma).
Clarissimus Galeno (131-200 a.C.): um dos primeiros médicos alopáticos. Como os efeitos da medicina de Hipócrates eram lentos (é preciso um reajuste energético para impactar nas outras esferas), desenvolveu medicamentos que atuavam de forma mais rápida no sintomas, desconsiderando as esferas mental e espiritual. Aprimorou os processos cirúrgicos, na intenção de retirar a doença o mais rápido possível, aliviando os sintomas físicos, atuando nas consequências das doenças e não, nas causas.
Os conhecimentos de ambos (Hipócrates e Clarissimus), caminharam lado a lado por muitos anos, tratando cada um, causas e consequência das doenças, de forma muito próxima ao que é praticado nos dias de hoje. Porém, os ensinamentos de Hipócrates foram deixados de lado com a chegada da inquisição, veremos mais adiante.
Budismo tibetano Vajrayana: cita os mesmos chakras, relacionando o chakra do centro da cabeça ao corpo, o da garganta aos sonhos, e o do coração à meditação profunda. Há sistemas tibetamos que citam 5, 7 ou 10 chakras, sendo uma pintura do século XVIII do Nepal, uma das referências mostrando os sete chakras.
Entre os anos 600 e 800 d.C., o Império Romano admitiu a Igreja Católica, e o cristianismo passou a ser o poder dominante na Europa. Nesta aliança nada sagrada entre poder e religião, toda forma de cura não-autorizada pela Igreja foi divulgada como prática perigosa. As pessoas já não tinham liberdade de escolher suas próprias crenças e cultos. Tudo o que ameaçasse o papel da Igreja era considerado uma ofensa a Deus.
Ordem Rosa-Cruz: a informação é a de que a Ordem foi fundada no século XV pelo alemão Altamente Iluminado Pai C.R.C. Aos16 anos, ele viajou para Damasco, na Síria, e foi iniciado nos segredos dos adeptos árabes, inclusive apredendendo a maneira de se comunicar com os elementais (espíritos da natureza). De volta à Europa, traduziu um livro intitulado M, que trouxe de suas andanças. O livro foi motivo de chacota, e então, ele reuniu uma sociedade secreta de oito discípulos que concordaram em transcrever os ensinamentos, desde que permanecessem ignorados do mundo.
Johann Georg Gichtel (1638-1710): um dos primeiros a introduzir o conceito de centros energéticos na literatura mística alemã com sua obra Theosophia Practica. Gichtel. Através do dom da clarividência, viu os setes centros de força com seu olho interior, relacionando-os com o Sol e os planetas, considerando o Sol como o centro do coração. Fundou um movimento cristão místico. Em 1670, foi banido da Bavária e refugiou-se na Holanda. Nesta época, a Inquisição, a tortura e a fogueira para as chamadas bruxas (em sua maioria, pessoas que curavam com ervas e rituais) se estenderam do século XIV ao XVII na Alemanha, Itália, Espanha, França e depois na Inglaterra e Nova Inglaterra. Essa era de repressão teve sérias repercussões nas áreas da cura, ciência e filosofia.
Segundo a neurocientista Candace Pert, a divulgação da ideia de que a mente está separada do corpo nasceu com o filósofo René Descartes (1596-1650). Segundo a autora, essa ideia "remonta a um acordo que Descartes fez com a Igreja Católica Romana. Ele estudaria a ciência, tal qual a conhecida, e deixaria a alma, a mente, as emoções e a consciência a cargo da Igreja".
Antes da Inquisição, a cura fazia parte do trabalho de parteiras e herbalistas, que serviam aos ricos e aos pobres igualmente. em geral, essas mulheres amavam a natureza e se reuniam em pequenos grupos para observar e celebrar os poderes da Lua e as mudanças de estação. Porém, a igreja as consideravam maléficas, pois associavam suas práticas à uma possível ligação com o demônio, sendo a população, instigada a denunciá-las, causando inúmeras mortes neste período.
Com isso, surgiam as primeiras universidades médicas exclusivas para homens, que atendiam a realiza e recusavam pacientes que não se confessavam, sob orientação da igreja. Os médicos da época medieval estudavam Sócrates, Aristóteles e teologia cristã, bem como as obras do antigo médico romano Galeno, que tratava sobre transtornos mentais e emocionais. Usavam sanguessugas para sangrias, juntamente com certas comidas, fórmulas encantatórias e rituais. As cirurgias eram feitas por barbeiros. Os médicos cobravam caro por seus serviços e só os ricos podiam pagá-los.
John Ardene: famoso médico da corte e autor de The Art of Medicine utilizava emplastro besuntado com meu e esterco de pombo para tratar cálculos renais.
Madame Blacatsky (1831-1891): em 1875, em Nova York, fundou a Sociedade Teosófica. Os teosofistas acreditam que há vida e consciência na matéria, que o pensamento pode afetar a realidade circundante e que é preciso nos preocuparmos com o próximo. Recorrem à meditação e sempre defendem causas como proteção aos animais, ecologia, direitos das mulheres e das minorias. Estimulou o estudo de tradições místicas como o gnosticismo, a cabala, a fraco-maçonaria, o rosa-crucianismo e o budismo. Em 1878, visitou a Índia, e em 1884, foi difamada pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas, e mudou-se para Londres. Adeptos posteriores da teosofia incluem Annie Besant, Rudolf Steiner e C.W. Leadbeater.
Sociedade Teosófica: publicou o clássico de Leadbeater, Os Chakras, em 1927. O livro incluía desenhos coloridos dos sete chakras ilustrando como o autor os percebia através da clarividência. Os jogos de cores, nesses desenhos, lembram as cores do arco-íris, com os tons vermelhos no primeiro chakra, os alaranjados no segundo e assim por diante, em formato próximo ao que é aceito e utilizado nos dias de hoje.
Na próxima semana, publicaremos a parte 2 sobre o tema.
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