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Filme Coringa: o outro lado da moeda


Atenção: pode conter spoilers subjetivos do filme Coringa (2019)



A indicação de filme para esta semana é o atual Coringa (2019).

Assisti a este filme ontem e considero imperdível para quem deseja mergulhar no universo psicológico da sombra e do inconsciente coletivo.

Além das origens que explicam o comportamento atípico (julgado por ser atípico, mas afinal, a quem ele fazia mal inicialmente?) do personagem, o filme mostra a dicotomia entre certo e errado, e suscita questões como: afinal, o que/quem é o certo? Sob qual ponto de vista? Até que ponto a justiça dos julgamentos considera todos os envolvidos em uma ação? Até que ponto a palavra de pessoas de autoridade (no filme, representados por Thomas Wayne, Murray Abraham - representado por Robert de Niro - e mesmo a mídia) realmente reflete a verdade dos fatos? Por que as pessoas acreditam tão cegamente em pessoas de autoridade? Qual é a fronteira entre o humor e a exposição pessoal?

O inconsciente coletivo mostra-se tanto na identificação de pessoas com o personagem, de forma a iniciarem um movimento anarquista - algo que claro, vive em cadas um secretamente - quanto na expressão do próprio. Até que ponto a pessoa é livre para ser o que é e fazer o que gosta?

Fantástica a atuação do ator Joaquim Phoênix, que emagreceu 23 quilos em 4 meses para representar o papel. Vítima de uma doença psicológica que dispara o sorriso em situações de stress, o ator arrasou na expressão pois, enquanto soltava risadas incontroláveis, contorcia o rosto tentando reprimi-las, demonstrando o sofrimento na tentativa de autocontrole. E se as pessoas simplesmente ignorassem seu riso, ao invés de tomar como algo pessoal, exigindo que se calasse até mesmo à força? Por que nos preocupamos tanto com o que o outro faz, exprime, sente?

Como pode-se perceber, o filme leva a diversos questionamentos e ilustra o que todos temos: um lado feliz e outro sombrio, o qual precisamos aprender a aceitar e acolher, antes que vire uma bomba explosiva e violenta. Vivemos sob o condicionamento de sempre ter que mostrar a alegria e reprimir a tristeza e a raiva, sendo certamente este o maior questionamento que mora no sorriso do Coringa.


Imagem de ErikaWittlieb por Pixabay

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