Daniel Amen foi recrutado para a guerra em 1972, onde atuou como médico de infantaria, e disposto a não repetir a experiência, tornou-se um especialista em RX. Replicando seus professores, " como você sabe, a menos que você olhe?".
Convivendo com uma pessoa da família com tendências suicidas, após levá-la a um bom psiquiatra, percebeu que colaborar para a melhoria do estado emocional desta pessoa não seria bom só para ela, mas também para seus descendentes, que seriam ensinados por uma pessoa mais feliz e estável emocionalmente. Neste ponto, Daniel se encantou pela possibilidade de atuação e impacto proporcionado pela psiquiatria.
Em 1991, em um congresso, Daniel conheceu o SPECT (single photon emission computed tomography) - estudo da medicina nuclear que analisa o fluxo sanguíneo e a atividade do cérebro, o que seria uma ótima ferramenta para que os psiquiatras compreendessem melhor seus pacientes. Neste ponto o médico aliou suas duas paixões profissionais - a imagem interna e a psiquiatria.
Nos 22 anos subsequentes, Daniel e seus colegas montaram um banco de dados com 83000 imagens cerebrais relacionadas ao comportamento, em 93 países. O SPECT mostrou três informações importantes sobre o cérebro: boa atividade, pouca atividade ou muita atividade. A reunião destas três informações tornou-se determinante para a interpretação das imagens.
Na leitura dessas imagens, é levado em consideração o formato do cérebro e as cores apresentadas. O estudo envolveu pessoas com derrame, Alzheimer, uso de drogas, hiperatividade, epilepsia, depressão, e pessoas saudáveis. Os psiquiatras foram criticados por pessoas que defendiam que esta especialidade não deveria utilizar estes exames, criados somente para pesquisadores da área de imagens, visto que, até então, psiquiatras era uma das únicas classes médicas que não observavam o paciente internamente, atuando especialmente através dos dados oferecidos pelos próprios pacientes, correndo um risco grande de errar.
Exemplo de imagem: cérebro saudável e cérebro após dois derrames
As pesquisas mostraram que TDAH, ansiedade, depressão e vícios não são simples distúrbios no cérebro, pois dois pacientes com os mesmos sintomas, em mesmos graus, podem mostrar na imagem cerebral áreas de atividade completamente diferentes. Por exemplo, um paciente com depressão pode apresentar baixa atividade e o outro, alta. Como prescrever o mesmo tratamento (medicamento, dosagem, duração) baseado apenas nos sintomas?
Outro dado importante levou a perceber que uma leve lesão cerebral traumática é uma das principais causas de doenças psiquiátricas - o cérebro é macio como manteiga, protegido pela caixa craniana, bastante dura. Portanto, a investigação por imagem é necessária, pois em muitos casos é preciso participar de um programa de reabilitação cerebral para restabelecer o dano causado muitas vezes na infância, algo que os medicamentos ou a terapia comportamental não tem como resolver.
O estudo com o SPECT também passou a ser utilizado por juízes e advogados com o intuito de compreender o comportamento criminoso. No estudo, os pesquisadores avaliaram cerca de 500 criminosos, sendo 90, assassinos. As imagens revelaram que sim, essas pessoas apresentavam alguma disfunção cerebral. Daniel acredita que a reabilitação cerebral poderia ajudar essas pessoas a realmente saírem da prisão aptas a retomar suas vidas, o que não acontece quando ficam simplesmente aprisionadas em um ambiente tóxico, pois sem tratamento o cérebro continua o mesmo.
Os pesquisadores concluíram que é possível mudar/restabelecer a forma do cérebro e por consequência, a qualidade de vida das pessoas. Conseguiram comprovar isso através da reabilitação de um grupo de jogadores de futebol da liga americana, que apresentavam graves danos a longo prazo. Através da reabilitação cerebral, 80% dos participantes apresentaram melhora nas áreas de fluxo sanguíneo, memória e humor. Estudantes com TDAH e baixo desempenho escolar melhoraram não só as notas, como também a convivência social e familiar. Nancy, uma senhora diagnosticada com Alzheimer e com diagnóstico de que, em um ano, não saberia mais nem seu nome, submeteu-se ao tratamento de reabilitação cerebral e quatro anos depois, havia recuperado boa parte da atividade cerebral e permanecia lúcida. E finalmente o caso de Andrew, que aos 9 anos atacou uma menina em um campo de beisebol sem motivo aparente. Através das imagens, Daniel encontrou um cisto do tamanho de uma bola de golfe no lóbulo esquerdo de Andrew. Após a remoção do cisto e a reabilitação cerebral, ele permanece bem 10 anos depois, é um homem doce, gentil e bem integrado socialmente.
É importante conhecer esse estudo para que as pessoas possam procurar ajuda especializada, se for o caso, ou se tratamentos com medicamentos e terapias para distúrbios psiquiátricos não estiverem surtindo efeito. Como disse o Dr. Daniel, a reabilitação ajuda não só a pessoa a ter melhor qualidade de vida, mas também as pessoas de seu relacionamento e suas próximas gerações.
Fonte: quem quiser conferir outras imagens do estudo pode acessar o vídeo do Dr.
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Imagem de Pete Linforth por Pixabay